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27 de mar. de 2011

No dia do Circo, teatro de rua na Praça!

Em comemoração antecipada ao dia do Circo, foi realizada na praça Arnolfo Azevedo, região central em Lorena-SP, na tarde desta sexta-feira, 25/03, a peça "Lavou tá novo" do grupo Circo Navegador.
Com início as 16h15, realizada em parceria com o Sesc de Taubaté-SP, Sincomércio e Secretaria Municipal de Cultura, fez parte da programação da Semana da Cultura.
A platéia, formada por estudantes, jovens, crianças, idosos, foi chegando aos poucos. O local, constantemente noticiado como inseguro, tinha a presença de vários policiais militares e viaturas estacionadas próxima a banca de jornal.
As cadeiras plásticas dispostas, foram estrategicamente montandas pela sombra, já que o espetáculo ao ar livre, seria feito no chão mesmo e não no palco com lona, e fazia um sol forte. Uma aparelhagem de som e luz foi usada na peça assim como em toda a semana dos vários eventos na praça.
Enfim, vassouras, marmitas, baldes, sapateado e o próprio corpo, tudo acabou virando música . Dirigida por Renata Kamla, a montagem do texto de personagens de Lucciano Draetta com Gabriel Draetta, interpretando a dupla "Cunterrânio e Cumpanheiru", foi dada vida e contemporaneidade à cena por meio da fusão das linguagens do circo, teatro, música e dança. Um se faz de pessoa mais simples, humilde, um tanto sem estudo, sempre esquecendo o nome do filho mais novo, de uma quantidade significativa que muitas vezes é citada (por volta de 6 a 8 filhos), o tal do filho chamado Disneylandia, conhecido no bairro onde mora como Disnêi. O outro personagem é mais culto e com maior conhecimento, com malandragem, sempre corrigindo o outro.
A peça traz de forma divertida, as dificuldades assim como situações diversas de dois varredores de rua para realizar suas tarefas diárias.
Entre uma fala e outra, destaque para a participação popular com uma interação. Podemos citar alguns momentos de muito riso pela platéia - inicialmente os atores tentam arrumar uma forma de pedir para o público sair dalí para eles varrerem, começam a andar no meio destes com espanadores, vassouras, brincavam com os cabelos longos das mulheres e também da calvíce masculina. O riso era inevitável.
Em seguida uma criança da platéia foi escolhida e levada ao centro do "palco" simulando ser limpa e até sacudida pelos atores.
Em outro momento, ao simularem encontrar um recém nascido no lixo, o choro infantil chamava a atenção de quem passava pela Praça. Nesse momento um lorenense, conhecido por problemas psicológicos, ficou bem próximo em pé só olhando a cena. Os atores tentavam alimentar a criança achada, improvisando leite em uma luva descartável, muito cômico, simulando uma teta( ou um mamilo), quando conseguiram alimentá-la, um som alto, um rugido como de um leão, ou seja, a criança estava com uma fome absurda. Nesse momento este lorenense teve uma interação espontânea: com as mãos parecendo como garras, entrou no meio dos atores, no meio da cena. Quem assistia não conseguiu segurar o riso.
Em entrevista exclusiva para o LORENA EM FOCO, o ator Luciano Draetta afirmou que teve um susto com esta reação muito rápida, mas que sempre acontece essas coisas estando acostumado com esse tipo de situação, e ainda explicou: " Estamos preparados para essa interação, além de ser muito importante essa participação popular, a gente deixa o público interferir, normal, afinal eles estão aqui 364 dias por ano, e nós apenas 1, então nós (atores) é que estamos interferindo". esclareceu.
Sobre a peça continou " Nós seguimos um roteiro pré estabelecido, e ai a gente vai dosando a participação popular pra não dar uma fugida do tema." brincou o artista.
De repente, uma chuva começou a cair na cidade. Mas isso não foi o suficiente para acabar completamente a peça. O público se refugiu embaixo de árvores e da lona do palco principal da Praça, e os atores, corajasamente, ainda continuaram por alguns minutos encenando e interagindo. Molhados, o riso era ainda mais inevitável, onde um dos atores com um balde na tentativa de molhar o outro, mirou e se dirigiu as pessoas próximas e quando ia jogar o que supostamente era água, após um grito, era papel molhado.
A chuva não foi o motivo para acabar a peça. Segundo os atores, já estaria terminando, onde algumas cenas foram mais abreviadas, mas o conteúdo fora preservado.
Um dos que assistiram, o professor de teatro, Jorge Nicoli, afirmou que achou muito interessante a peça, na qual usa-se movimentos, sapateado, e a simpatia utilizados. O teatro é a única arte que há simplesmente o emprego do fator humano, diferente da fotografia e da pintura por exemplo, na qual são necessários outras coisas para o "produto final". Sobre teatro de rua, diz que há esse dinamismo com a interação, formada com um público volátil que não está acostumada a ir a um teatro geralmente e faz a ressalva " O uso do microfone que acabou pecando, prefiro a voz (sem microfone) dos atores, a naturalidade" brincou.
Para o secretário municipal de Cultura, Luis Otávio Cardoso, a peça foi muito importante para a cultura dos lorenenses, numa tarde ocupando um local que muitas vezes é apenas local de passagem,
Draetta, com dezoito anos dedicados ao teatro, explica que esta peça foi pensada após estudos de sociólogos que com pesquisas de campo com garis e profissionais de limpeza, concluíram que estes são ignorados, passado despercebidos no dia a dia das grandes cidades.
Para Priscila Oliveira, uma expectadora, disse que adorou o "lavou tá novo", sendo divertido, provocativo e nos coloca em xeque em relação ao preconceito e invisibilidade social: "Parabéns por esta criação inspiradora " agradece.
Mesma opinião foi de Patrícia Miranda, uma fã que tirou fotografias com os atores e que disse achar muito extrovertida a peça.

Dia do Circo
O dia do Circo, é comemorado neste domingo, 27/03, numa homenagem ao palhaço brasileiro Piolin, que nasceu nessa data, no ano de 1897, na cidade de Ribeirão Preto- SP.
Considerado um grande palhaço, se destacava pela enorme criatividade cômica e pela habilidade como ginasta e equilibrista. Seus contemporâneos diziam que ele era o pai de todos os que, de cara pintada e colarinho alto, sabiam fazer o povo rir.

Divulgação- Circo Navegador


Circo Navegador
Nascido em 1997 na capital paulista, fruto da inquietação de artistas em busca de espaço de expressão, livre de excessivas limitações estéticas ou imposições mercadologias.
Participantes e ganhadores de vários prêmios e festivais eles dão uma dica aos iniciantes: a persistência, resistência e teimosia, além de rigor e disciplina para com a arte são fundamentais para o sucesso.

Veja um trecho da peça

Divulgação- Circo Navegador "Lavou, Tá Novo"

Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador

Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador

Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador
Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador
Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador
Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador
Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador
Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador


Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador

Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador

Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador

Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador

Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador

Teatro na Praça- peça "lavou tá novo" Grupo Circo Navegador

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