Iniciou neste sábado,16,a Semana Histórica Péricles Eugênio da Silva Ramos, que prossegue até próximo sábado seguinte.
Lorenense nato, a cidade festeja com dias de reflexão sobre a importância de homens que construíram a história da cidade
Péricles Eugênio foi escritor, tradutor, ensaísta, crítico literário, professor, poeta e membro da Academia Paulista de Letras, ganhando diversos prêmios na literatura nacional sendo um dos maiores difusores do nome de Lorena em todo o país.
Em sua homenagem a Casa de Cultura (CC) realiza várias atividades, como palestras, oficinas e concursos de leitura e de poesias, com objetivo de divulgar sua obra.
Abrindo a semana cultural, foi realizado um evento de literatura na CC e um de música na Praça Dr. Arnolfo de Azevedo deste sábado.
Já nos dias 19 e 20/10, (terça e quarta), serão realizadas oficinas de leitura. Serão duas turmas, uma das 9h às 11h e a segunda, das 15h às 17h.
Conta ainda com uma premiação da Oficina de Leitura e do Concurso de Trovas e Poesias, com o tema "Personagens da História de Lorena" sendo no dia 23 às 16h na Casa de Cultura de Lorena, localizada na rua Viscondessa de Castro Lima.
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PERICLES EUGENIO DA SILVA RAMOS em fotografia com data incerta |
Bio-bibliografia
Péricles Eugênio da Silva Ramos nasceu e foi criado em Lorena SP em 1919.
Teve seus primeiros poemas publicados no jornal carioca Diário de Notícias, em 1936.
Estudando Direito na capital concluiu o curso em 1943, sendo ainda na faculdade a publicação de seus poemas na antologia Poesia Sob as Arcadas, organizada, em 1940, por Ulysses Guimarães.
Em 1947 fundou a Revista Brasileira de Poesia, com Domingos Carvalho da Silva e João Acioli, entre outros.
Criou, a partir da revista, o Clube de Poesia de São Paulo, do qual foi presidente em 1952 e entre 1958 e 1963.
Nos anos seguintes traduziu várias obras, entre elas poemas de Byron, François Villon e Góngora. Também organizou antologias de diversos poetas e publicou os livros de ensaios O Verso Romântico e Outros Ensaios e Do Barroco ao Modernismo.
Entre 1966 e 1992 lecionou Literatura Portuguesa e Técnica Redatorial na Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero.
Em 1970 exerceu o cargo de diretor técnico do Conselho Estadual de Cultura; foi um dos criadores do Museu de Arte Sacra de São Paulo, do Museu da Imagem e do Som e do Museu da Casa Brasileira. Recebeu, em 1988, o prêmio de Poesia, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, pelo livro A Noite da Memória (1988). Sua obra poética, vinculada à terceira geração do Modernismo, inclui os livros Lamentação Floral (1946), Sol sem Tempo (1953), Lua de Ontem (1960), Futuro (1968) e Poesia quase Completa (1972).
A respeito de sua obra, o poeta Cassiano Ricardo escreveu: "pela natureza mesma de vossa poesia, tanto em Lamentação Floral como em Sol Sem Tempo, sois um criador de figuras não só de linguagem senão ainda de figuras corpóreas: 'remarei sobre teus seios, galera branca de lua'.".
Veio a falecer em São Paulo- SP em
14/05/1992 -
Colaboração: Itaú Cultural
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Passa o vento,
as folhas tremem:
a sombra se inquieta.
2
Do topo dos ipês
cai a sombra:
rendada, sonhadora, espiritual.
O sol, os ipês, a sombra;
o tempo, o homem, sua sombra:
breve passagem pela terra,
e a grande sombra,
constelar, definitiva, irmã das pedras.
In: RAMOS, Péricles Eugênio da Silva. A noite da memória. São Paulo: Art Ed., 1988.
OBS: há de se perguntar: pesquisando sobre o referido, vemos que muitas escolas de SP tem Pericles Eugenio da Silva Ramos como batismo, e porque a cidade NATALICIA deste não há?