17 de out. de 2010

Aberta semana Péricles Eugênio da Silva Ramos

Iniciou  neste sábado,16,a Semana Histórica Péricles Eugênio da Silva Ramos, que prossegue até próximo sábado seguinte.
Lorenense nato, a cidade festeja com dias de reflexão sobre a importância de homens que construíram a história da cidade
Péricles Eugênio  foi escritor, tradutor, ensaísta, crítico literário, professor, poeta e membro da Academia Paulista de Letras, ganhando diversos prêmios na literatura nacional sendo um dos maiores difusores do nome de Lorena em todo o país.
Em sua homenagem a Casa de Cultura (CC) realiza várias atividades, como palestras, oficinas e concursos de leitura e de poesias, com objetivo de divulgar sua obra.
Abrindo a semana cultural, foi realizado um evento de literatura na CC e um de música na Praça Dr. Arnolfo de Azevedo deste sábado.
Já nos dias 19 e 20/10, (terça e quarta), serão realizadas oficinas de leitura. Serão duas turmas, uma das 9h às 11h e a segunda, das 15h às 17h.
Conta ainda com uma premiação da Oficina de Leitura e do Concurso de Trovas e Poesias, com o tema "Personagens da História de Lorena" sendo no dia 23 às 16h na Casa de Cultura de Lorena, localizada na rua Viscondessa de Castro Lima.


PERICLES EUGENIO DA SILVA RAMOS em fotografia com data incerta

 

Bio-bibliografia

Péricles Eugênio da Silva Ramos  nasceu e foi criado em Lorena SP em 1919.
Teve seus primeiros poemas publicados no jornal carioca Diário de Notícias, em 1936.
Estudando Direito na capital concluiu o curso em 1943, sendo ainda na faculdade  a publicação de seus poemas na antologia Poesia Sob as Arcadas, organizada, em 1940, por Ulysses Guimarães.
Em 1947 fundou a Revista Brasileira de Poesia, com Domingos Carvalho da Silva e João Acioli, entre outros.
Criou, a partir da revista, o Clube de Poesia de São Paulo, do qual foi presidente em 1952 e entre 1958 e 1963.
Nos anos seguintes traduziu várias obras, entre elas poemas de Byron, François Villon e Góngora. Também organizou antologias de diversos poetas e publicou os livros de ensaios O Verso Romântico e Outros Ensaios e Do Barroco ao Modernismo.
Entre 1966 e 1992 lecionou Literatura Portuguesa e Técnica Redatorial na Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero.
Em 1970 exerceu o cargo de diretor técnico do Conselho Estadual de Cultura; foi um dos criadores do Museu de Arte Sacra de São Paulo, do Museu da Imagem e do Som e do Museu da Casa Brasileira. Recebeu, em 1988, o prêmio de Poesia, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, pelo livro A Noite da Memória (1988). Sua obra poética, vinculada à terceira geração do Modernismo, inclui os livros Lamentação Floral (1946), Sol sem Tempo (1953), Lua de Ontem (1960), Futuro (1968) e Poesia quase Completa (1972).
A respeito de sua obra, o poeta Cassiano Ricardo escreveu: "pela natureza mesma de vossa poesia, tanto em Lamentação Floral como em Sol Sem Tempo, sois um criador de figuras não só de linguagem senão ainda de figuras corpóreas: 'remarei sobre teus seios, galera branca de lua'.".
Veio a falecer em São Paulo- SP em 14/05/1992 -
Colaboração: Itaú Cultural




Prenúncio

Passa o vento,

as folhas tremem:

a sombra se inquieta.



2



Do topo dos ipês

cai a sombra:

rendada, sonhadora, espiritual.



O sol, os ipês, a sombra;

o tempo, o homem, sua sombra:

breve passagem pela terra,

e a grande sombra,

constelar, definitiva, irmã das pedras.

In: RAMOS, Péricles Eugênio da Silva. A noite da memória. São Paulo: Art Ed., 1988.



OBS: há de se perguntar: pesquisando sobre o referido, vemos que muitas escolas de SP tem Pericles Eugenio da Silva Ramos como batismo, e porque a cidade NATALICIA deste não há?

Um comentário:

  1. LUA DE ONTEM E DE HOJE
    (para Lorena, cidade natal)

    Nossas lembranças moram dentro de nós.
    E elas nunca falham quando delas precisamos,
    para descrever nossos sentimentos, seja de
    saudade, amor, amizade pela natal cidade.

    E as fotografias retratam aquele segundo eternizado.
    “Só a máquina fotográfica a todos ilumina e perpetua.”
    Com as lentes de aumento num caleidoscópio fixadas,
    vejo minha cidade amada e sua aparente calma.

    No jardim da praça molhada pelo sereno,
    a fonte luminosa Maria Cecília, seus focos
    de água e luz que a todos encantam,
    as palmeiras imperiais espalhadas pela praça
    principal, balançam nas ondas hertzianas da radio local.

    O repicar dos sinos da catedral
    anunciando a procissão que percorre
    as ruas centrais lorenense.
    E vi na sacada do velho casarão de Risoleta,
    ela tocando no piano sua clássica canção.

    Num ontem distante minhas lentes de aumento,
    ouviram e ainda ouve o apito tristonho de um trem noturno,
    que passa sempre à mesma hora por Lorena,
    a saudade doce invadiu minha alma serena.

    Regina Rousseau

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