25 de abr. de 2011

OPINIÃO- A População e a ligação para o 190 EMERGÊNCIA.

Como jornalista com conhecimento profundo na área policial e uns dos temas na qual tenho maior cobertura no dia-a-dia, não posso ficar omisso quando se fala em atendimento ao 190 da Policia Militar em nossa cidade.
Há cerca de dois anos, o então, CAD- Centro de Atendimento e Despacho- era o responsável pelo atendimento e retransmissão das ocorrências para os carros de polícia na área do 23º, compreendendo 17 cidades , desde Roseira até Bananal.
Na época, com uma estrutura de menor porte e recursos, tanto materiais como humanos, o serviço era realizado em Lorena.
Com a centralização e transferência para o então COPOM- Centro de Operações da Polícia Militar, que desde então já era responsável por São José dos Campos, resultou em um ganho na teoria e na prática. Com um local amplo, maior infraestrutura física e operacional humana, foi visivelmente sentida a melhoria com o passar dos dias.
E este centro não fica em qualquer lugar naquela cidade,.Fica em um prédio anexo do Comando de Policiamento do Interior 1, responsável por todo o Vale do Paraíba. Não é nenhum fundo de quintal qualquer.
Logicamente os cidadãos não desejam ligar para o 190 da PM. Porém na ocasião, deve ligar falando pausadamente, explicar o que está acontecendo, passar características, nomes de ruas são primordiais.
Ou seja, se está contando um fato para alguém, mesmo que a quilômetros de distância, , não importa a distância, quem está ouvindo tem anseio pelos detalhes. O atendente, no caso, não vai poder adivinhar nada, não tem artifícios para “descobrir” o que o ligador está querendo dizer. Por enquanto bolas de cristais não fazem parte do aparelhato policial fora dos filmes.
Numa pequena cidade, em proporções como Lorena, inadmissível também não souber nomes de ruas! Praça Principal, é Praça Arnolfo Azevedo, rua da matriz é rua Nossa Senhora da Piedade, e assim vai. As referências são bem vindas e recebidas, mas alto lá, também cidadão!.
Ainda, os policiais que pertenciam ao CAD foram remanejados. Alguns até saíram atrás das mesas e estão fazendo policiamento preventivo ostensivo pelas ruas. È o caso de um PM que está em Cachoeira Paulista e tem se destacado há muito tempo com ocorrências. Certa vez patrulhando pelas ruas pelo bairro da Vila Carmem, percebeu um individuo simulando ser indigente, morador de rua e dormindo na porta de um bar, quando na verdade uma dupla estava furtando o local, abordados foram presos em flagrante.
Sobre o tempo de fazer a ligação, esta ser cadastrada, em seguida “paga” para a viatura na rua e esta chegar ao local, a duração em média deve ser de cinco a sete minutos. È até uma norma internacional aceita, em condições ditas “normais”, na qual não é ocaso de Lorena que tem, para começar a citar um trânsito caótico para uma cidade do interior, com trânsito gargalado por uma empresa ferroviária, refém de dois viadutos para se deslocar entre bairros.
Falando em ligações, cabe salientar que quando você liga para determinados serviços, há questão de selecionar o tipo de serviço, escolher opções, toda aquela bagatela toda, e nisso você já perdeu mais de quatro minutos, perdeu tempo ainda anotando números de protocolo, até enfim cair com um atendimento humano, conseguir falar com uma pessoa que possivelmente vai solucionar ou complicar mais ainda o seu problema. Com a PM isso não acontece.
Ainda, em situações de stress extremo, um minuto parece uma infinidade. Bem, por ai já há uma noção da preocupação desproporcional a realidade em si.
Em segundo momento, há SIM de reclamar, mas de mudar o foco da reclamação. Isso que estou querendo dizer a você que já leu até aqui. A população deve SIM questionar e cobrar a quantidade de carros de polícia e policiais nas ruas, plenamente a favor. Questionar a ampliação de antenas para rádio patrulhamento padrão, onde em algumas cidades é mais precário devido ao relevo e propagação de ondas.
Sobre o caso de um furto citado na edição deste jornal, entre muita discussão, lembro-o de que pela constituição brasileira diz que todo cidadão pode deter outro em flagrante delito, plenamente válida, não sendo necessária a ação policial militar para tal.
Sem falar que em muitas vezes a tropa, que inicou com cem homens a pé e trinta com cavalos, hoje ultrapassa a marca de cem mil, a maior em todo o país, é insuficiente para atender desde ocorrência de som alto, problemas de desinteligência entre vizinhos, alarmes de banco disparados, problemas familiares, transporte para pronto socorro, casos de pensão alimentícia - chamadas de ocorrências sociais e não as propriamente policiais como porte e tráfico de drogas, recuperação de auto roubado/furtado, roubos, furtos, etc.
Pedir para voltar, mudar o atual Copom para o CAD em Lorena é dar um grande passo para trás, retroceder e uma coisa na qual teve um ganho. E se atrasou demais, não é culpa do 190, mas sim da falta de efetivo em muitos casos.

Hugo Barbeta 25/04/2011
Jornalista e estudioso na área de Segurança Pública, é ex- Policial Militar

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