3 de ago. de 2011

Homem tem pescoço rasgado por linha de pipa com cerol e sobrevive para contar sua experiência

Um rapaz teve o pescoço rasgado por uma linha de pipa com cerol, ou seja, uma mistura rudimentar proibida de cola com vidro moído, onde foi rapidamente socorrido, passando por uma cirurgia na qual levou dezessete pontos e não corre risco de morte atualmente.
Na tarde de sexta-feira, 25/07, por volta das 14h30, o operador de máquinas, Maciel Gonçalves Pinto, 25 anos, saia do turno de trabalho de uma multinacional localizada pela BR 459 Lorena- Itajubá.
Devido a sucessivos problemas mecânicos em seu carro, que normalmente utiliza diariamente, passou a utilizar uma motocicleta modelo CG, de cor vermelha, onde naquela rodovia no trecho margeando o bairro da Vila Brito, sentiu algo no pescoço, mas continuou pilotando normalmente, onde em alguns metros à frente aos passar um dos dedos na região sentiu um afundamento percebeu sangue pingando pelo motor da moto.
Chegando a parar no acostamento, percebendo a eminência da necessidade de ajuda, onde continuou pilotando onde acabou por entrar pela avenida Targino Vilela Nunes e viu a gestora escolar , Ildomara da Aquino Araújo, em frente à EMEF Jânio Quadros.
Após um breve primeiro momento em saber da real situação e conseguir repassar para ela, logo foi levado para um carro particular, sendo rapidamente encaminhado para o Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia de Lorena.
“Eu passei pela São Benedito [Santuário Católico] e vi a distribuição de cestas básicas [do Padre Hugo] onde eu ainda tinha umas [cestas] na minha escola, onde resolvi ir até lá e pegar algumas para também distribuir, quando foi que vi o rapaz chegando ensanguentado com mão no pescoço e falando linha de pipa, linha de pipa, de imediato eu socorri” conta.
Araújo conta que no caminho, próximo a um supermercado pela Targino, apesar de ser período da tarde, fora do horário do rush, o trânsito estava intenso, um motorista não deixava ela ultrapassar; conseguindo, teve que  rapidamente  subir pelo viaduto da avenida Papa João XXIII, e acabou cortando rua 19 de novembro, lateral da EMEF Conde Moreira Lima, imaginando ser contramão, sendo até alertada por um taxista naquela ocasião.
“Eu perguntava para o Maciel [vítima e sobrevivente] se estava doendo, ele disse que não, que não sentia nada, e o sangue jorrava, sujou minha blusa, meu celular, ele estava com as duas mãos tentando fechar o corte, onde por fim levei no lava rápido para lavar por dentro o carro, o lavador ficou espantado do tanto que ficou sujo de sangue o carro, perguntou até se tinha rapaz tinha morrido após eu contar o que aconteceu” relata.
Ainda com consciência, desceu do carro e caminhou até a recepção e por lá recebeu os atendimentos hospitalares, passando por uma cirurgia de cinco horas e dezessete pontos do ferimento:  “Uma enfermeira veio, olhou, ia dar uns pontos, mas ainda jorrava sangue, um médico chegou e pediu para me levarem pro centro cirúrgico rapidamente, onde tinha até um senhor por lá que foi retirado para eu entrar. Alguns falam mal do Pronto Socorro, mas o atendimento que me deram foi muito bom, não tenho do que reclamar dessa parte” afirma.
Afastado do trabalho temporariamente por quinze dias, se recupera com apoio de familiares. Morador do bairro da Vila Passos, no momento da chegada de nossa reportagem, veio pessoalmente nos atender. Afirmou que estava tomando um antibiótico, na qual precisou comprar, passa relativamente bem, tornando um sobrevivente.
“Um dos médicos me disse que se demorasse em torno de dois a cinco minutos, eu já eu estaria morto, e que quase acertou também as minhas cordas vocais” comenta.
Segundo o instrutor de atendimento pré hospitalar, resgate e salvamento, Wagner Nunes de Moura, da Traumateck, nesses casos é necessário estancar a hemorragia, colocando gase estéril no local ou um pano limpo; a pessoa que está socorrendo usar luvas descartáveis; fazendo uma pressão no local do ferimento de forma que não impeça a pessoa de respirar; dependendo da extensão da lesão nos vasos,veias e/ou artérias, poderá ocorrer a morte em um curto espaço de tempo por isso a necessidade de chamar um socorro especializado rápido ou mesmo simplesmente transportar com urgência e ainda vai além: “Isso se motociclista não tiver caído, daí os procedimentos de remover o acidentado deverá ser por serviço especializado cabendo à pessoa que presta os primeiros socorros apenas a estancar a hemorragias e tentar manter os sinais vitais, respiração e batimentos cardíacos até a chegada dos bombeiros ou socorristas profissionais” adverte.
Para a Associação Brasileira dos Motociclistas são registrados oficialmente no país, por ano, cerca de cem acidentes, onde a cada quatro casos, uma pessoa torna-se vítima fatal, sendo os meses de férias escolares os de maiores casos registrados.
A Lei Estadual nº 12.192, em vigor desde 2006, proíbe o uso e a venda de cerol ou de qualquer produto semelhante que possa ser aplicado em linhas pipas, acarretando em multa e processo, e no caso de menores de idade, os pais serão responsabilizados.

17 Pontos e cinco horas de cirurgia e uma história do sobrevivente.

"Fui usada por Deus para salva-lo" diz a gestora escolar Ildomara Aquino Araújo, durante entrevista ao LORENA EM FOCO realizada na sala de estar de sua residência 
BR 459- que liga Lorena-SP ao sul de Minas Gerais, próximo ao bairro lorenense da Vila Brito

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