O Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena-SP (COMMAM) através de suas reuniões, análises e estudos de impacto ambiental e similiares, decidiu ser contra a instalação da termoelétrica com previsão de ser instalada na cidade vizinha de Canas-SP.
Com uma carta aberta à população, enseja pela sua não construção, haja visto grandes impactos negativos nos quesitos de empregos gerados pós obra e funcionamento, poluição atmosférica, sonora, danos a bacia do rio Paraíba do Sul, entre outras.
O Comman, criado em 2005, foi o resultado de um amplo debate entre ambientalistas, o governo e os cidadãos, sendo um órgão deliberativo, consultivo e fiscalizador das questões relativas ao meio ambiente, é politicamente independente do poder público ou de qualquer outra instituição. É composto de representantes de diversos órgãos e áreas, sendo eleitos a cada dois anos.
Para o atual presidente, Vinicius Matei, o objetivo na prática é de assessorar a gestão das Políticas Municipais, sugerindo leis, regulamentações, normas de proteção e gestão ambiental, encaminhando para os poderes competentes as denúncias de agressões recebidas, e ainda na análise de quaisquer empreendimentos que possam trazer riscos ao ambiente, com a qual está sendo feito.
Na sessão de Câmara dos Vereadores da cidade, realizada ontem, segunda-feira 09/05, o Prof. Adilson Roberto Gonçalves, da Escola de Engenharia de Lorena- Universidade de São Paulo (EEL-USP), ex-presidente do conselho e representante, usou da tribuna para levar o tema em debate. Com aproximadamente uma hora, foi bem explícito ao posicionar-se contrário, e ainda a responder algumas perguntas referentes à instalação de uma termoelétrica movida a gás natural.
Tema bastante polêmico atualmente nas rodas de conversa, onde a poluição das grandes chaminés que vão ser construídas, equivalente a um prédio de 15 andares, despejaria uma quantidade equivalente de mais de 500 mil carros movidos a álcool/mês, além de conter elementos químicos que podem causar chuva ácida. "Para compensação deveria-se plantar 1 milhão de árvores devido a poluição causada e todos nós sabemos das dificuldades de plantio de cem, ou de mil árvores; é praticamente impossível de ser realizado" enfatizou o professor.
Alguns vereadores entraram no debate. A vereadora, Loranne Bustamente (PTB), sugeriu que se faça algumas audiências com as Câmaras de Vereadores das outras cidades envolvidas diretamente, como Canas e Cachoeira Paulista. "Precisamos debater também com a empresa construtora, juntar todos para conversar" sugeriu.
O líder do Partido Verde (PV), o vereador Valdemir Vieira, o (Mafu), disse que caso seja instalada a termoelétrica, pode apresentar maiores casos de complicações de problemas respiratórios e de saúde da população, podendo agravar-se, e ainda foi mais além "Nem pronto socorro Canas tem, o atendimento médico hoje é realizado em Lorena", advertiu.
Confira na íntegra a carta aberta à população
Termelétrica prevista para Canas preocupa Lorena:
O Conselho Municipal de Meio Ambiente de Lorena (COMMAM), vem manifestar sua preocupação com a possível implantação de uma Usina Termoelétrica movida a gás natural no município de Canas.
Notoriamente poluidoras, sujeitas a vazamentos de gás, explosões e outros acidentes graves, as termelétricas operam de forma automatizada e, por isso, trazem benefício mínimo à oferta local de empregos (neste caso, 32 empregos durante a operação da usina).
No passado recente, termoelétrico foram rejeitadas pelas comunidades dos municípios paulistas de Americana, Paulínia, Santa Branca e São José dos Campos.
Para o pequeno município vizinho de Canas, cuja população é inferior a 4.500 habitantes, a expectativa dos políticos é que o ganho tributário gerado pelo empreendimento represente um aumento grande da receita. Contudo, o interesse na termelétrica, já nomeada UTE São Paulo, não se limita a Canas, pois, os impactos ambientais decorrentes da grande usina – 550 MW – se farão sentir em toda a nossa região. Lorena e Cachoeira Paulista em especial.
As duas gigantescas chaminés, previstas para a UTE São Paulo – cada uma com 5 m de diâmetro e 55 m de altura (um prédio de aproximadamente 18 andar, se considerarmos cada um com 3 metros,) – estarão localizadas a apenas 4 km de distancia, em linha reta, da área urbana de Lorena, de onde emitirão uma quantidade assombrosa de gases queimados para a atmosfera. No total serão lançados, diariamente, cerca de 70 milhões de metros cúbicos de gases de combustão contendo poluentes e agentes tóxicos (correspondentes a 577 mil carros a álcool pequenos, rodando 800 km/mês - para neutralizar a usina seria preciso plantar 10 milhões de árvores por ano).
Além disso, a usina utilizará tanta água quanto o consumo de 65 mil habitantes. A maior parte dessa água será evaporada em torres de resfriamento, retornando ao ambiente um “caldo” salino a ser despejado no Ribeirão Canas.
Está em risco nosso ar, solo, biodiversidade, segurança, água (Rio Paraíba e Ribeirão Canas). Assim, fica clara a urgência de mobilização da população.
Recomendamos a toda a comunidade de Lorena, Canas e Cachoeira Paulista, diretamente atingida pelos impactos deste empreendimento, que se mobilizem para buscar informações, discutir e se posicionarem frente aos riscos a que estarão sujeitos.
Abaixo, link que disponibiliza o EIA – Estudo de Impacto Ambiental e o RIMA – Relatório de Impacto ao Meio Ambiente referentes à AES Tietê:
http://www.ambiente.sp.gov.br/consemaAudiencias.php
(procurar por Edital de convocação de Audiência Pública sobre o EIA/RIMA do empreendimento "Implantação da Usina Termoelétrica Termo São Paulo”, de responsabilidade da AES Tietê S/A.)
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